Jornal ACOMARCA

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

PIATA: Crise escancarada: decreto confirma colapso financeiro da Prefeitura

 


A edição nº 3650 do Diário Oficial do Município de Piatã, publicada em 1º de agosto de 2025, escancarou mais uma vez a grave crise financeira que atinge a cidade. O Decreto nº 221/2025, assinado pelo prefeito Marcos Paulo Santos Azevedo, institui um pacote de medidas drásticas de contenção de despesas e confirma o que a população já sente no dia a dia: a Prefeitura não tem mais controle sobre suas contas.

Entre as determinações, estão suspensões de gratificações, horas extras, licenças remuneradas, diárias e o uso regular dos veículos oficiais, além de cortes em energia, combustível e contratos com terceiros. A justificativa? A necessidade de “assegurar o equilíbrio econômico-financeiro” e conter os efeitos de bloqueios judiciais que atingem as contas do município. A realidade, no entanto, revela o colapso de uma gestão que vem falhando sistematicamente em manter o básico.

O decreto é, na prática, o reconhecimento oficial de que a máquina pública não está funcionando. Servidores com salários atrasados, prestadores de serviço há meses sem receber e famílias deixando o município em busca de trabalho em outras cidades ou em lavouras e minerações — essa é a nova paisagem de Piatã.

Nos últimos 13 anos, a Prefeitura esteve sob comando de dois gestores: Marcos Paulo e seu antecessor Edwilson. Juntos, eles administraram um período inédito de bonança fiscal, com entrada recorde de recursos como a CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral) e os precatórios da educação. Nenhuma outra gestão em toda a Chapada Diamantina recebeu tanto dinheiro extraorçamentário quanto essas. E, paradoxalmente, nunca se viu tamanha desorganização.

O município volta a carregar o estigma de “mau pagador”. Relatos de trabalhadores desiludidos, prestadores abandonando contratos e cidadãos buscando novos rumos já são comuns. A Prefeitura, que deveria ser um órgão que inspira estabilidade e respeito, tornou-se um exemplo de como o dinheiro público pode ser mal gerido — com consequências devastadoras para os que mais precisam.

Entre escândalos, denúncias e ineficiência, fica a marca de um ciclo político que desperdiçou oportunidades históricas de transformar a cidade. E, mais uma vez, como tem sido a tônica, quem paga a conta são os mais pobres.

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