Aconteceu nesta última quinta-feira (10/07), na Policlínica Regional de Itaberaba, a eleição da nova diretoria do Consórcio Interfederativo de Saúde da Chapada Diamantina.. O evento contou com a presença da grande maioria dos prefeitos da região, demonstrando unidade e compromisso com a gestão pública compartilhada. No entanto, a ausência do prefeito de Piatã, Marcos Paulo, chamou atenção e reacendeu críticas à sua condução administrativa.
A ausência do gestor ocorre em meio a denúncias graves feitas pelo vereador Jucerlando, o Juce, que revelou na tribuna da Câmara Municipal que o município de Piatã está inadimplente com o consórcio desde julho de 2023, acumulando uma dívida que já ultrapassa R$ 400 mil. A situação chegou a causar constrangimento público, quando um cidadão do povoado rural de Curral de Varas foi retirado do transporte oficial que leva pacientes à Policlínica. Segundo o próprio vereador, o paciente foi desconvidado a seguir viagem sob a justificativa de que “o prefeito de Piatã está devendo ao consórcio”. A denúncia ganhou ainda mais peso quando o próprio prefeito Marcos Paulo confirmou, em pronunciamento, a inadimplência do município.
Diante da situação, a ausência do prefeito na eleição levanta dúvidas inevitáveis: teria ele deixado de comparecer por vergonha, diante dos demais gestores da Chapada, cientes da dívida? Ou a sua ausência se deu pelo fato de estar impedido de votar em razão da inadimplência com o consórcio?
O que se constata é que Piatã vem acumulando prejuízos institucionais e constrangimentos regionais por conta do desequilíbrio fiscal da atual gestão. A fama de “mau pagador” já compromete a imagem do município e reflete a fragilidade de uma administração que não tem conseguido honrar compromissos básicos. Ao mesmo tempo em que os prefeitos da região se unem em torno de um modelo coletivo de gestão, eficiente e respeitado em todo o país, Piatã se isola e expõe sua população aos efeitos do desgoverno.
O modelo de consórcios de saúde da Bahia é reconhecido nacionalmente por garantir atendimento de qualidade e acesso a exames e especialidades médicas para a população de municípios menores. A inadimplência de Piatã representa não apenas um problema financeiro, mas uma violação concreta ao direito à saúde de seus moradores, sobretudo os que vivem nas comunidades mais distantes e que dependem do transporte e da estrutura do consórcio para receber atendimento digno.
Neste cenário, a ausência do prefeito Marcos Paulo na eleição da nova diretoria do consórcio não é apenas simbólica: ela escancara a desconexão de sua gestão com as prioridades do povo de Piatã. Enquanto outros municípios avançam juntos, Piatã amarga o isolamento e a desconfiança.
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