Jornal ACOMARCA

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

XIII Festival da Cachaça chega ao fim


A XIII edição do Festival da Cachaça, que é realizado a cada dois anos na cidade de Abaíra, na Chapada Diamantina, reuniu de 13 a 18 último, cerca de 30 mil pessoas, entre turistas, produtores e empresários interessados na cadeia produtiva da cana de açúcar. Na praça central estavam montadas as stands da feira da agricultura e no clube social aconteceram os shows musicais. A manhã de terça-feira 13/9 marcou a abertura oficial do evento de negócios e festivo organizado pela Prefeitura Municipal em parceria com a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), Cooperativa dos Produtores de Aguardente da Microrregião de Abaíra (Coopama/Apama), com o apoio da Secretaria da Agricultura Irrigação e Reforma Agrária (Seagri). A feira reúniu 150 produtores de aguardente de Abaíra, Jussiape, Mucugê e Piatã, municípios da Chapada Diamantina, que colocaram em exposição os seus produtos, atraindo comerciantes e empresários de outras regiões da Bahia e do Brasil ligados à atividade.
No primeiro dia, pela manhã, no CCA, foram realizadas duas palestras, que tiveram como temas, “Direito dos Trabalhadores Rurais” e “Mercado da Cachaça de Qualidade”. O especialista em comercialização da cachaça no mercado interno e externo, Giovanni Pereira, um dos palestrantes, alertou os produtores que a cachaça Abaíra tem que se fortalecer comercialmente, uma vez que a mesma só é vendida na região onde é fabricada e em Salvador. “O ideal é que padronize o produto e ver qual o público alvo que se quer alcançar, para depois trabalhar junto com outras marcas, para que a mesma se fortaleça”, afirmou Pereira. Á tarde, na praça de eventos, foi feita uma demonstração da fabricação da cachaça, rapadura e álcool combustível, uma promoção da EBDA. Nesta quarta-feira, em parceira com o Colegiado do Território da Chapada Diamantina, a empresa promoveu uma oficina sobre o Sistema Estadual de Comercialização da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Secafes). Para o prefeito municipal João Hipolito, o Festival da Cachaça é o referencial mais fortes na Bahia em cachaça de qualidade, e um evento como esse valoriza e mostra não só para os baianos, mas para os visitantes de outros Estados, que produzimos as melhores cachaças do País.É uma vitrine importante que coloca o turista que visita o Festival com os melhores produtos derivados da cana-de-acuçar. A programação ainda na parte técnica, a realizou uma reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da cana-de-açúcar e seus derivados, no dia 16, quando a cidade de Abaira recebeu autoridades do governo estadual, tendo a frente o governador interino Otto Alencar. Para o governador em exercício e secretário da Infraestrutura, Otto Alencar, a Chapada Diamantina é uma região promissora do ponto de vista da agricultura. “Produz uma das melhores cachaças do Brasil, além de outros subprodutos da cana e frutos, a exemplo do morango. O café da região também é um dos melhores do Brasil, já foi inclusive premiado”.
Segundo Otto, o Festival da Cachaça tem dois objetivos - estimular a produção e levar infraestrutura à região. “Vamos fazer a entrada da cidade, que já foi autorizada, e temos o projeto para a estrada de Abaíra a Jussiape, que vai completar o circuito do ouro e do diamante, e ligar Abaíra a Livramento de Nossa Senhora, Brumado e Vitória da Conquista”. O ministro Afonso Florence destacou a parceria entre os governos federal e estadual e os produtores, que está garantindo a assistência técnica e o preço do produto. “Aqui na Chapada Diamantina, na cadeia produtiva da cana, temos resultados visíveis, onde atendemos por meio da Secretaria da Agricultura e da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola”. Segundo o ministro, os resíduos da produção de cachaça serão industrializados, por meio de uma articulação entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e a EBDA. “O que sobra vai ser distribuído para suplementação alimentar animal da pecuária leiteira, da ovinocaprinocultura e da suinocultura na região. Com certeza este trabalho vai se deslanchar em curto espaço de tempo”. O presidente da EBDA, Elionaldo Teles, disse que o evento reúne tudo o que a autarquia faz no seu dia a dia, demonstrando, inclusive, uma propriedade ambientalmente correta. “Prestar assistência técnica é isso, buscar inovação e sustentabilidade. A cachaça de Abaíra foi levada para a Expominas, em Minas Gerais, graças a este trabalho desenvolvido pela EBDA”. Ele afirma que a produção de etanol na região é outra novidade. “A Petrobras anunciou que vai produzir este combustível a partir de 2014 e esta é uma parceria que tem todas as possibilidades para o futuro. Queremos contribuir, considerando a cana de açúcar uma fruticultura, com o desenvolvimento da cadeia produtiva em todo o estado, inclusive por meio do programa federal Vida Melhor”. A oportunidade de negócios atraiu, de Minas Gerais, o empresário Leonardo Campos, que expôs os alambiques que fabrica. “A região é grande produtora de cachaça. Os agricultores podem se interessar pelos nossos produtos”. A cachaça de Abaíra é a principal atividade econômica da região, representando 70% do mercado interno do município, com oferta de 2,5 mil empregos diretos e 12,5 mil indiretos. Na Bahia, a produção de cachaça de alambique é uma tradição de 450 anos. Na noite do dia 15, quinta feira, teve inicio a programação musical com a banda anfitriã, Corda e Vocais, seguida do cantor José Augusto, Lordão e Forró no Virote. Na noite do dia seguinte, sexta feira, as bandas: Menina Faceira, Silvano Sales e Top Love. No sábado as bandas: Os Paquitos, Harmonia do Samba e Amor de Cinema. No domingo, encima do trio, os anfitriões Kaldo de Kana e Renan Moreira fecharam com chave de ouro o evento que deixou saudades e a esperança que daqui a dois anos tenha mais.

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