Jornal ACOMARCA
terça-feira, 15 de julho de 2025
BRASIL: PGR pede condenação de Bolsonaro e mais sete por tentativa de golpe
A Procuradoria-Geral da República entregou ao Supremo Tribunal Federal as alegações finais da ação que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022. O pedido formal de condenação atinge o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete outros integrantes do que a PGR chamou de “núcleo central” da trama. O documento foi assinado pelo procurador-geral Paulo Gonet e protocolado minutos antes do fim do prazo, às 23h59 de segunda-feira. No texto, Gonet afirma que todos os denunciados atuaram em conjunto, sob a liderança e coordenação de Bolsonaro, formando uma organização criminosa armada com o objetivo de deslegitimar o sistema eleitoral, atacar o Supremo e instaurar medidas excepcionais. Entre os crimes apontados estão tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração de bens tombados. A PGR sustenta que as provas mostram clara intenção e participação coordenada em cada fase do plano. O documento ainda nem cita algumas delações, como a de Mauro Cid. Gonet destaca inconsistências na colaboração premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e pede redução de apenas um terço da pena, rejeitando perdão judicial ou penas alternativas. Segundo o procurador, Cid apresentou omissões e mantinha padrão narrativo ambíguo, o que impõe limitação ao benefício da colaboração. Com o envio das alegações finais, abre-se agora prazo de 15 dias para os réus apresentarem suas defesas por escrito. Mauro Cid terá prazo semelhante, após o que os demais réus — entre eles Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto — também poderão se manifestar. O relator, ministro Alexandre de Moraes, irá analisar as peças antes de encaminhar o caso à Primeira Turma do STF, que deve agendar o julgamento para o início de setembro. A expectativa é alta, já que os acusados respondem por crimes com penas que, somadas, podem ultrapassar 40 anos de prisão.
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