O Brasil irá ingressar formalmente em ação movida pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça contra Israel por genocídio na Faixa de Gaza.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informa nesta
última quarta-feira (23) que a decisão tem como base a Convenção para a
Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio e “o dever dos Estados de cumprir
com suas obrigações de Direito Internacional e Direito Internacional
Humanitário frente à plausibilidade de que os direitos dos palestinos de
proteção contra atos de genocídio estejam sendo irreversivelmente prejudicados,
conforme conclusão da Corte Internacional de Justiça, em medidas cautelares
anunciadas em 2024”.
A Convenção do Genocídio foi firmada pelos membros das
Nações Unidas após a Segunda Guerra Mundial como forma de prevenir crimes
contra a humanidade.
A África do Sul apresentou a ação na Corte, órgão judicial
das Nações Unidas, em janeiro de 2024, em que acusa Israel de violar a
convenção internacional, ter uma “conduta genocida” e promover “assassinato em
massa de civis em Gaza”.
Na sustentação oral, representantes do país africano
justificaram que há uma tentativa de “destruição da vida palestina”, com uso de
arsenal destrutivo, ataques de áreas consideradas seguras e campos de
refugiados, impedimento de assistência humanitária, destruição de casas e
infraestruturas. As autoridades israelenses negam as acusações.
Para o governo brasileiro, na nota em que anunciou hoje os
trâmites finais para adesão ao processo, a comunidade internacional não pode
ficar inerte diante das violações que vêm ocorrendo em Gaza e na Cisjordânia.
“A comunidade internacional segue testemunhando, de forma
rotineira, graves violações de Direitos Humanos e Humanitário: ataques à
infraestrutura civil, inclusive a sítios religiosos, como à paróquia católica
em Gaza, e às instalações das Nações Unidas, como à Organização Mundial da
Saúde; violência indiscriminada e vandalismo por colonos extremistas na
Cisjordânia, como o incêndio às ruínas da antiga Igreja de São Jorge e ao
cemitério bizantino em Taybeh; massacres de civis, a maior parte dos quais
mulheres e crianças, que se tornaram cotidianos durante a entrega de ajuda
humanitária em Gaza; e a utilização despudorada da fome como arma de guerra”,
afirma o comunicado.
Outras violações apontadas pelo Brasil são dominação à força
de territórios e ampliação de assentamentos ilegais.
As forças israelenses mataram quase 60 mil palestinos em
ataques aéreos, bombardeios e tiroteios desde que lançaram sua ofensiva contra
Gaza em resposta aos ataques a Israel pelo grupo Hamas, que matou 1,2 mil
pessoas e capturou 251 reféns em outubro de 2023. As informações são do site
Agência Brasil.
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