Jornal ACOMARCA

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Chapada Diamantina sem São João: e agora?


E agora, José?

A festa acabou,

a luz apagou,

o povo sumiu,

a noite esfriou,

e agora, José?

Carlos Drummond de Andrade

Nada poderia traduzir melhor o sentimento dos fãs das festas juninas, do que esse clássico poema de Carlos Drummond de Andrade, quando o governador Rui Costa (PT) decretou que não haveria as tradicionais festas de Santo Antônio, São João e São Pedro em todo o território Baiano. A Bahia, demonstra ser um dos estados mais afetados pela Covid 19, principalmente a capital, o litoral sul do estado e a Chapada Diamantina, em função de seu potencial Turístico, no verão em função de seu clima tropical e no inverno em função dos festejos  de São João, Pedro e Antônio.  Pelo segundo ano consecutivo, faz se a necessidade do isolamento social pela maior parte da população a se resguardar em casa, na esperança que com o avanço da vacinação, no próximo ano tudo volte ao normal.

É possível dizer que os fãs  dos festejos juninos se encontram permanentemente influenciados pelos acontecimentos do universo e sendo tocados por eles. Do mesmo modo, seus não acontecimentos também se abatem sobre essas pessoas com intensidade semelhante, o que é possível  perceber a partir das limitações impostas pela pandemia do novo coronavírus.

E agora, José? Ou seria João? Na busca por responder a essas questões, o santo pouco importa. Por outro lado, as esperanças dos fãs  importam bastante.

São João chegou, só que, desta vez, sem fogueira, quadrilhas nas ruas e comidas típicas. Com o avanço da covid-19 no país, muitos brasileiros têm levado as tradicionais comemorações juninas, como quermesses, para dentro de casa, ou se programam para eventos on-line.

Da sala de casa, o público poder participar das lives, enviando mensagens e vídeos.

De qualquer lugar do mundo, as pessoas poderão participar da festa. Você pode convidar amigos de todo o país e até do exterior, para acompanhar as lives de diversos artistas, enviando o link das transmissões, que será disponibilizado nos dias das lives.

De descendência Chapadeira, o ex-promotor de eventos culturais, hoje vereador na cidade de Piatã e editor deste periódico, Beto Bahia nunca perdeu uma festa junina. Apaixonado pela energia do São João, ele conta que a comemoração remete aos tempos de infância. ;Dá um aperto no coração não sentir isso, pois, para mim, festa junina significa família e amigos; desabafa.

Como muitos estão programando suas próprias festas juninas,  ele também optou por montar o próprio arraiá com a ajuda da esposa e filhos.  Apesar do clima ser diferente das tradicionais quermesses, ele diz que as lembranças o  faz ter a certeza de que tudo passará.

“Este mês é muito especial prá mim. É o mês do nascimento de meu filho caçula e de minha primeira neta.  Então, aqui em casa, estamos aproveitando a época, e toda semana fazemos canjica, cozinhamos milho e fazemos caldos e quentão. No dia da fogueira vamos passar na roça. Outra coisa que não falta aqui é música de São João, mas, realmente, ainda não é hora para aglomerar. Vamos nos cuidar, cuidar das pessoas que amamos, esperar que todos estejam vacinados, para voltar em segurança, no próximo ano. Por enquanto, a gente aproveita a festa cada um em sua casa. É o melhor!”, finaliza.

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