E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
Carlos Drummond de Andrade
Nada poderia traduzir melhor o sentimento dos fãs das festas
juninas, do que esse clássico poema de Carlos Drummond de Andrade, quando o
governador Rui Costa (PT) decretou que não haveria as tradicionais festas de
Santo Antônio, São João e São Pedro em todo o território Baiano. A Bahia, demonstra
ser um dos estados mais afetados pela Covid 19, principalmente a capital, o
litoral sul do estado e a Chapada Diamantina, em função de seu potencial Turístico,
no verão em função de seu clima tropical e no inverno em função dos
festejos de São João, Pedro e Antônio. Pelo segundo ano consecutivo, faz se a necessidade
do isolamento social pela maior parte da população a se resguardar em casa, na esperança
que com o avanço da vacinação, no próximo ano tudo volte ao normal.
É possível dizer que os fãs dos festejos juninos se encontram
permanentemente influenciados pelos acontecimentos do universo e sendo tocados
por eles. Do mesmo modo, seus não acontecimentos também se abatem sobre essas
pessoas com intensidade semelhante, o que é possível perceber a partir das limitações impostas pela
pandemia do novo coronavírus.
E agora, José? Ou seria João? Na busca por responder a essas
questões, o santo pouco importa. Por outro lado, as esperanças dos fãs importam bastante.
São João chegou, só que, desta vez, sem fogueira, quadrilhas
nas ruas e comidas típicas. Com o avanço da covid-19 no país, muitos
brasileiros têm levado as tradicionais comemorações juninas, como quermesses,
para dentro de casa, ou se programam para eventos on-line.
Da sala de casa, o público poder participar das lives,
enviando mensagens e vídeos.
De qualquer lugar do mundo, as pessoas poderão participar da
festa. Você pode convidar amigos de todo o país e até do exterior, para
acompanhar as lives de diversos artistas, enviando o link das transmissões, que
será disponibilizado nos dias das lives.
De descendência Chapadeira, o ex-promotor de eventos culturais,
hoje vereador na cidade de Piatã e editor deste periódico, Beto Bahia nunca
perdeu uma festa junina. Apaixonado pela energia do São João, ele conta que a
comemoração remete aos tempos de infância. ;Dá um aperto no coração não sentir
isso, pois, para mim, festa junina significa família e amigos; desabafa.
Como muitos estão programando suas próprias festas juninas, ele também optou por montar o próprio arraiá
com a ajuda da esposa e filhos. Apesar
do clima ser diferente das tradicionais quermesses, ele diz que as lembranças o
faz ter a certeza de que tudo passará.
“Este mês é muito especial prá mim. É o mês do nascimento de
meu filho caçula e de minha primeira neta. Então, aqui em casa, estamos aproveitando a época,
e toda semana fazemos canjica, cozinhamos milho e fazemos caldos e quentão. No dia
da fogueira vamos passar na roça. Outra coisa que não falta aqui é música de
São João, mas, realmente, ainda não é hora para aglomerar. Vamos nos cuidar,
cuidar das pessoas que amamos, esperar que todos estejam vacinados, para voltar
em segurança, no próximo ano. Por enquanto, a gente aproveita a festa cada um
em sua casa. É o melhor!”, finaliza.

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