Encontro no auditório do Colégio Estadual Horácio de Matos revelou despreparo, contradições e o esgotamento do discurso oficial
Na tarde desta segunda-feira (12/05), a Prefeitura de Piatã convocou uma reunião com professores da rede municipal no auditório do Colégio Estadual Horácio de Matos, sob a promessa de discutir um possível acordo sobre os precatórios da educação. No entanto, o que era esperado como uma oportunidade de diálogo concreto e respeito com a categoria se revelou um verdadeiro fiasco político e administrativo.
Estavam presentes a secretária de Educação Poliana Trindade, o vice-prefeito Ronaldo Souza, a vereadora Telma, além de assessores e aliados da gestão. Nenhuma proposta objetiva foi apresentada. Nenhuma resposta clara foi dada. A indignação cresceu à medida que os questionamentos dos profissionais da educação eram ignorados ou respondidos com evasivas emocionais.
A secretária, que também é professora, apelou para o sentimentalismo ao afirmar que também aguardava os recursos dos precatórios. O que não disse – e muitos ali sabiam – é que, como ordenadora de despesas, assinou juntamente com o prefeito Marcos Paulo processos que desviaram milhões de reais da educação para cobrir rombos da desastrosa administração. “É como se tentassem apagar um incêndio com lágrimas”, comentou um professor presente, que pediu não identifica-lo na matéria.
O vice-prefeito "Roni" como é tratado, adotou um tom apaziguador, mas sem oferecer qualquer solução concreta. Sua fala foi vista como tentativa de desmobilizar os ânimos da categoria. “Ele tenta passar pano, mas está completamente sem comando. Recebe a tarefa de conter a crise, mas não consegue sequer sustentar uma resposta”, avaliou outro professor.
A vereadora Telma, antes vista como interlocutora possível, tentou justificar os atos da gestão, mas sua narrativa perdeu força. “Mentiu para os professores. Fingiu desconhecer os desvios. Ela está a serviço do prefeito, não a nosso profissionais da educação”, desabafou um servidor.
O silêncio mais constrangedor da tarde foi o do vereador Professor Valmir, ex-presidente da APLB. Antes defensor ferrenho do governo, agora se esquiva do debate sobre os precatórios. Não respondeu a nenhum questionamento e sequer defendeu o prefeito. “É o silêncio de quem não tem mais o que dizer. Está sem coragem e sem argumento”, apontou um professor.
Enquanto a categoria cobra respostas, vazou neste final de semana um vídeo do prefeito Marcos Paulo curtindo uma festa privada em Salvador com sua nova namorada. A imagem causou revolta entre professores e cidadãos, especialmente diante da crise financeira alegada pela gestão. Não é a primeira vez que o prefeito é flagrado em momentos de lazer durante turbulências na cidade: recentemente, foi visto em um cruzeiro, num típico comportamento de playboy alheio às obrigações públicas.
“Enquanto professores lutam por seus direitos, ele está em festas. Isso é um tapa na cara de todo servidor”, protestou outro educador, pedindo anonimato.
Com a audiência pública marcada para daqui a dois dias, a pergunta que paira é: por que essa reunião agora? Para sondar o clima? Ensaiar respostas? Acalmar ânimos antes de mais uma tentativa de enganar a população? Fontes próximas ao gabinete revelaram que o prefeito determinou a presença de um dos advogados de seu escritório de confiança – o mesmo que já recebeu milhões de reais em honorários pagos com recursos da educação – para justificar juridicamente os atos da gestão.
A única voz firme que emergiu da tarde foi a da professora Adriana, atual liderança da APLB local, que conclamou a categoria a seguir firme na luta. Sua fala resgatou o espírito coletivo e reafirmou o compromisso com a educação pública de qualidade.
A tentativa da prefeitura de ludibriar a categoria fracassou. O desgaste político se intensifica. E o povo de Piatã exige mais que encenações: exige justiça, dignidade e respeito com o dinheiro público.
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