Na prática, porém, a promessa não foi cumprida. Segundo
relatos de estudantes, apenas uma parcela chegou a ser paga, restando meses em
aberto e dívidas acumuladas com os beneficiários. A frustração aumenta diante
do fato de que o programa foi encerrado justamente em 2024, ano eleitoral,
quando o prefeito Marcos Paulo era candidato à reeleição.
Uma estudante do EJA, que prefere não se identificar com
medo de retaliações, relatou:
“A gente acreditou porque saiu vídeo, saiu notícia, e a lei
existe. Mas só recebemos uma vez. Depois parou e ninguém explicou nada. Agora
dizem que acabou porque a lei só valia até 2024. Parece que foi só para a
eleição. A gente se sente enganada, porque educação não pode ser usada dessa
forma.”
A própria lei autorizava a Prefeitura a abrir crédito
adicional de até R$ 1 milhão para bancar o programa, além de prever
fiscalização por um Conselho de Acompanhamento. No entanto, estudantes
denunciam falta de transparência: não se sabe se o conselho chegou a funcionar,
nem qual foi o destino dos recursos previstos.
O encerramento do programa, aliado ao não pagamento das
parcelas prometidas, levanta questionamentos sobre o real objetivo da medida:
• O benefício foi criado apenas para
fortalecer o discurso eleitoral?
• Por que não houve previsão de
continuidade em 2025?
• Houve má gestão dos recursos que
deveriam garantir os pagamentos?
• Quem será responsabilizado pela
dívida deixada com os estudantes?
Enquanto a Prefeitura não esclarece, cresce o sentimento de
que o programa foi mais um instrumento político de campanha do que uma política
pública séria e duradoura. Para os alunos, resta a indignação e a cobrança de
respostas:
“Se foi lei, tinha que ser cumprida. Não é justo brincar com
os sonhos de quem voltou a estudar”, concluiu a estudante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário